quinta-feira, 19 de abril de 2012


"Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes. Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez, ele volte. Ou não." - Caio Fernando Loureiro Abreu 

"Eu gostava quando você se atrasava, fazia cara feia pra mim. Eu gostava quando você me deixava ansioso, fazia das suas surpresas. Eu gostava quando você sorria e me olhava, eu me sentia amado. Eu gostava do fato de você sempre se esforçar mais quando o assunto era eu. Eu gostava do jeito que o sol te tratava bem, o jeito que o vento te deixava mais bonito, o jeito que o frio te fazia sempre mais quente. Eu gostava do seu jeito relapso, mas gostava também quando notava as pequenas coisinhas que fazia, não porque repeti várias vezes, mas simplesmente porque você prestou atenção. Eu gostava das pequenas sardas que você tinha nas bochechas, mesmo tendo os cabelos escuros. Eu gostava da ideia que seus olhos passavam quando me olhavam, e o jeito que dizia meu nome. Eu gostava quando você implicava com tudo que eu fazia. Eu gostava dessa sua mania de ser sempre o dono da razão. Eu gostava das suas pernas tortas, e dos seus braços grandes. Eu gostava dos teus gostos estranhos. Eu gostava da tua frieza, e de quando fazias comentários amargos. Eu gostava tanto de você, é uma pena realmente, que você estragou tudo." - Camila Reis 

"Imagine se um dia eu não acordar quem vai puxar assunto com você? Quem vai mentir que você é legal? Imagine se um dia eu morrer? Você iria se arrepender de não ter dito tudo que eu perguntava. E eu vou morrer sem nunca saber […] se você no fundo me amava. Você choraria? Se lamentaria? Será que algum dia eu vá saber. Mas eu também me arrependeria pois pra ti eu nunca me declarei e agora também eu não poderia, declarar-me eu nunca mais poderei. E isso faz com que eu me sinta mal, embora nem se passe na tua cabeça que tudo que tudo que eu quero é ter você, mas não creio que isso um dia aconteça. Será que algum dia a gente poderia? […] Por que é que eu não posso ser feliz? Vai ver por que eu não deva ter você pra mim." - Fresno

"De ontem em diante serei o que sou no instante agora. Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa, sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada são coisas distintas separadas pelo canto de um galo velho, eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho do versículo e da profecia. Quem surgiu primeiro? O antes, o outrora, a noite ou o dia? Minha vida inteira é meu dia inteiro. Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro! Minha mochila de lanches? É minha marmita requentada em banho Maria! Minha mamadeira de leite em pó, é cerveja gelada na padaria. Meu banho no tanque? É lavar carro com mangueira e se antes um pedaço de maçã, hoje quero a fruta inteira e da fruta tiro a polpa… Da puta tiro a roupa, da luta não me retiro me atiro do alto e que me atirem no peito. Da luta não me retiro…Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem." - O Teatro Mágico.

"Alguém necessita de você pra alguma coisa. Alguém necessita de você para assoprar um machucado ou enxugar lágrimas, para dar uma mão e levantar o que está completamente cansado. Alguém precisa dividir segredos com você e chorar escutando alguma música; dançar escutando outra. Alguém precisa ir ao shopping ou ao parque, todos os domingos após o almoço. Alguém precisa te ligar na madrugada e desabafar sobre o que está sufocando. Alguém precisa te levantar e ser levantado, precisa de você para gastar e passar alguns apuros. Alguém obviamente precisa da sua presença… Para abrir uma garrafa de refrigerante ou para levar algum peso. Alguém precisa que você vá correndo levar o que supostamente esqueceu em casa. Alguém precisa da sua presença no aniversário, precisa dos seus presentes simples… Mas com amor. Alguém precisa escrever pra você, com você e emocionando você. Alguém precisa deixar-te sem jeito e dar-te um abraço quando precisar. Alguém precisa de você para tirar o sossego em plena tarde de sábado. Alguém precisa do seu andar torto, e do seu sorriso meio-amarelado. Alguém precisa das suas palavras doces, e dos seus xingamentos um tanto quando engraçados. Alguém precisa que você alerte sobre o errado, que oriente para o certo. Alguém precisa de você para beber e sair para alguma festa. Alguém precisa de você pra comentar sobre aquela roupa totalmente tenebrosa quando se vê na rua. Alguém precisa de você para dar uns tropeços e se reerguer. Alguém precisa de você, da mesma forma como você precisa de alguém. Você precisa de carinhos, amor e muita felicidade. Alguém precisa de consciência e sanidade. Outros precisam de oportunidades e chances. Alguns precisam de amor e outros apenas de uma faca. Alguns precisam de abraços e outros de ouro puro. Alguns precisam do brilho dos olhos e outro, o cheiro doce do perfume. Uns preferem estar sozinhos, com a razão de que estar sem ninguém é o melhor. Alguns precisam de palavras de orientação, outros precisam de vergonha na cara. Alguns precisam de verdades, e outros de um pouco de coragem. Alguém precisa de você, e você precisa de alguém. É um siclo, onde tudo gera em torno de outro alguém. Você pode precisar disso hoje, e amanhã precisa de outra coisa; uma coisa nova. Alguns precisam de amizades, outros de distância para aprender amar. Alguns precisam ser derrubados para aprender… Outros precisam se levantar e cair novamente, cair e levantar de novo, e de novo, e de novo, só para aprender que nunca se perde, apenas se atrasa. Alguns precisam de amor, outros de ódio. Alguns precisam de um mundo melhor, onde todos e tudo deveria girar em torno do respeito. Todos necessitam de amor. Amor que deveria ser suficiente."

"Tomara que os olhos de inverno das circunstâncias mais doídas não sejam capazes de encobrir por muito tempo os nossos olhos de sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer, ínfima, tímida, para ver também um bocadinho de céu. Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem de sentir confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor. Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. Tomara." - Ana Jácomo

segunda-feira, 16 de abril de 2012


Calada, misteriosa, sozinha. Sempre fui dessas. Nunca gostei de dividir a minha vida, de falar sobre as minhas dores. Sempre fui daquela que aconselhava demais e se abria de menos. Aquela que era a mais forte das amigas, que sempre estava com um sorriso no rosto e fazia questão de dizer que não iria se apaixonar. Aquela que duvidava que alguém seria capaz de fazê-la chorar, que alguém pudesse despertar um sentimento tão grande daquele coração que se dizia tão gelado. Sempre fugi, sempre neguei, sempre me escondi. Afastava quem tentava se aproximar. Eu não queria amar, não queria ter ninguém na minha vida. Mas só querer nunca foi o suficiente. Muitas me apaixonei, mas neguei. Amei, mas preferi o silêncio. Sempre um medo absurdo de me entregar. Eu via as pessoas sofrer e não queria passar pela mesma situação. Eu aconselhava as minhas amigas, mas eu nunca quis estar na situação dela. Porque eu sentia bem aquele drama, e não queria viver um igual. Mas por minha culpa eu vivi um outro drama, uma dor causada por mim. Causada pelas tentativas que não aconteceram. Pelas palavras que não foram ditas. Perdi paixões, não vivi amores. Não sei se teria dado certo, mas eu podia ter tentado. Agora vivo de dúvidas, incertezas e muitos arrependimentos. Intimidade de Garota - Pâmela Ferreira 

Vou deixar o que passou pra trás. Chega de ficar sofrendo, chega de chorar. Cair é normal, mas permanecer no chão não. Eu posso não ser a pessoa mais forte do mundo, mas eu tenho a capacidade de levantar e tentar mais uma vez. Tudo nessa vida é superável, até as piores dores se amenizam. As pessoas são substituíveis. Então é hora de começar a substituir pessoas. Cada um é responsável pelo tamanho da sua dor. Ninguém tem uma vida pior que a de fulano de tal. Ninguém é mais coitadinho que no sei quem. Cada um tem seus problemas, cada um sabe o quanto dói. Ninguém pode subestimar a dor ninguém. As vezes algo não é nada demais pra você, mas é o fim do mundo pra alguém. Nenhuma pessoa é igual. Cada um sofre do seu jeito, da sua maneira. Então ao invés de ficar me lamentando falando que eu tenho a vida mais filha da puta do mundo, eu vou ir atrás dos meus sorrisos perdidos. Eu vou arrumar um jeito de tirar essa dor do meu peito. Um jeito de substituir o passado com um novo presente. Vou tentar fazer tudo de novo, mas de um jeito certo. E se por algum caso não der certo, eu tento de novo. Intimidade de Garota - Pâmela Ferreira 

Sou mesmo muito estúpida. Sou idiota, otária e não tenho vergonha de assumir. Faço mesmo tudo errado. Sou a pessoa mais do contra que existe. Não sou fofa, muito menos meiga. Na maioria das vezes acabo sendo estupidamente grossa. Não tenho paciência, então eu explodo com muita facilidade. Sou o tipo de pessoa que desconta a raiva em quem não tem nada haver, eu sei que é idiota, mas eu sou assim mesmo. Sou muito impulsiva, por isso que vivo fazendo merda. Acho que esse é um dos meus maiores defeitos, não pensar antes de fazer. Não ligo se ninguém gosta, isso realmente é o de menos. Não preciso de ninguém me babando e dizendo o quanto eu sou especial, foi-se o tempo que eu precisava das pessoas pra seguir a minha vida. Gosto de ser sozinha, de não contar os meus segredos pra ninguém. Eu sou mesmo muito egoísta, não gosto de divisão, odeio compartilhar. Sou um poço de coisa ruim. Tudo que existe de pior eu tenho. Falo palavrão, ou melhor, eu grito ao invés de falar. Odeio gente que me corrige, sou assim porque quero, então não preciso de correção. É eu sei, sou mesmo muito estúpida, e tenho plena consciência disso. Intimidade de Garota - Pâmela Ferreira 

Então acabo me entregando. Tenho aquela famosa recaída. Então acabo chorando de novo e de novo pelas mesmas coisas. Sinto saudade das mesmas pessoas. Acabo tendo as mesmas recordações. E tudo que eu pensei ter esquecido volta a mexer comigo. Volta a machucar, e perturbar a minha cabeça. E então estou jogada pelos cantos novamente. Volto ser aquela frágil garota. Percebo que de nada me adiantou aquelas promessas de que eu seria forte, e não deixaria certas coisas me abalar. Eu fui fraca novamente. Ainda deixo a minha sensibilidade falar mais alto. Ainda preciso de algumas pessoas, na verdade eu dependo loucamente delas. Não convivo bem com a saudade. Não reajo da melhor maneira com despedidas. Não sei conviver com perdas. Eu sou tão das pessoas, mas sinto que elas não são nada minhas. E isso me deixa mal, me sinto incapaz de conquistar pessoas, de prendê-las aqui comigo. Então acabo deprimida. Chorando saudades. Vivendo de lembranças. E sufocada por tanta tristeza. Intimidade de Garota - Pâmela Ferreira


Sabe essa história de ser forte? Lorota. Não sou nada do que aparento ser. Sou tão sensível, tão frágil. Falo pouco, mas sinto muito. Eu sempre fui muito reservada mesmo. Sempre sofri calada e chorei sozinha na minha cama. Na frente das pessoas sempre estava com um sorriso falso estampado no rosto. Sou forte por isso? Jamais. O nome disso não é força, e sim covardia. Esconder o que eu sinto não me fez parar de sentir. Engolir o choro na frente das pessoas, não fez com que as lágrimas não escorressem a noite sobre o meu travesseiro. Me isolar não fez com que eu não sentisse falta das pessoas. Não me orgulhe de mim por ser assim. Não me acho um exemplo de pessoa. Sou tão pouco, tão vulnerável as coisas. Mera ilusão das pessoas que me elogiam, que dizem que queriam ser igual a mim. Se elas soubessem o que eu realmente sou. Se soubessem que assim como elas eu preciso de conselhos e às vezes apenas de um abraço. Se soubessem que já tive o coração partido de todas as maneiras possíveis e que trago ele aqui no peito todo remendado. Se elas fizessem ideia de quem eu sou, saberiam que de forte eu não tenho nada. Intimidade de Garota - Pâmela Ferreira


As marcas estão aqui, mas não há mais nada além disso. Eu disse que ia mudar, e mudei. Talvez pra pior, pra melhor, pra tanto faz como tanto fez. Talvez ninguém me reconheça, na verdade essa é a intenção. Não quero mais nada daquela boba aqui. Não quero mais viver as custas de uma passado que só me fez mal, e eu sei que sempre fará. É estranho tudo que está se passando. Esse turbilhão de coisas que estou sentindo. Não sei ainda como decifrar, como me decifrar. Sei que nada é como antes. Sei que certas coisas não pertencem mais a minha vida, ou melhor, sei que nunca pertenceram. Ainda não consegui me livrar dessas marcas, talvez nunca consiga. Foram momentos difíceis, foram dores horríveis. Pensei que não ia superar, que ficaria sempre vivendo dessas coisas. Mas eu fui mais forte que tudo isso. Dei a volta por cima. Dei uma reviravolta na minha vida. Não sei se estou fazendo as coisas certas. Não sei se estou indo pelo caminho que realmente devo ir. Não sei se vou me machucar mais uma vez, ou de repente machucar alguém, sinceramente não sei. Mas tudo está valendo a pena agora, tudo está melhor. Intimidade de Garota - Pâmela Ferreira

quarta-feira, 11 de abril de 2012

“Às vezes no silêncio da noite, eu fico imaginando nós dois. Eu fico aqui sonhando acordado, juntando o antes, o agora e o depois. Por que você me deixa tão solto? Por que você não cola em mim? Tô me sentindo muito sozinho. Não sou e nem quero ser o seu dono… É que um carinho às vezes cai bem. Eu tenho meus desejos e planos secretos, só abro pra você mais ninguém. Por que você me esquece e some? E se eu me interessar por alguém? E se ela, de repente, me ganha? Quando a gente gosta é claro que a gente cuida. Fala que me ama, só que é da boca pra fora. Ou você me engana ou não está madura… Onde está você agora?”
— Caetano Veloso.


“- Como está o clima por ai?
- Sem você? Sempre faz frio…”



“A vida é bela do jeito que é. Sexta feira a noite. Um violão afinado. Um céu estrelado. Seu clipe predileto na televisão. Saber as respostas. Saber ouvir não. Brigadeiro, pizza e Coca-Cola. Encontrar algo perdido a muito tempo… Felicidade. Vento no rosto em um dia ensolarado. Ter fé e esperança. Um reecontro, um momento, uma lembrança. Meus parabéns, você tem talento, você é perfeito, você é capaz. Fechar os olhos pro passado. Suspirar um momento perfeito. Ser compreendido sem dizer, dizer e ser compreendido. Ter alguém pra dizer - Nesse? Eu confio. Pular no rio de um lugar alto pela primeira vez. Compartilhar, dizer, sentir, amar. Soltar a fumacinha pela boca, nos dias frios. Rever um velho amigo. Ter ansiedade por algo bom. Não dizer adeus, dizer… Volte logo. Afinal… Quantas coisas você perde por estar ocupado sofrendo e se isolando?”
— Became Insane

“Você pode não ser o primeiro homem dela, o último homem dela ou o único homem dela. Ela amou antes, pode ser que ela ame de novo. Mas se ela se ama agora, o que mais importa? Ela não é perfeita - você também não é, e vocês dois podem nunca ser perfeitos juntos, mas se ela te faz rir, te faz pensar duas vezes, e admite ser humana e cometer erros, segure-se a ela e dê a ela o máximo que você puder. Ela pode não estar pensando em você a cada segundo do dia, mas ela te dará uma parte dela que ela sabe que você pode quebrar - o coração dela. Então não machuque ela, não mude ela, não analise e não espere mais do que ela pode dar. Sorria quando ela te fizer feliz, diga a ela quando ela te deixar com raiva, e sinta a falta dela quando ela não estiver por perto.”

]



“E mais uma vez, eu abri uma página sua de uma rede social e fiquei olhando sua foto. Como eu já sorri olhando praquilo, você não tem idéia. Mas das ultimas vezes, infelizmente não era sorrindo que eu olhava, era com desanimo, com saudade e mágoa misturadas. Porque você tinha que morrer? Porque você tinha que matar tudo que eu sentia? Me obrigar a morrer também. Me obrigar a fingir estar vivo pra todo mundo. Me obrigar a não chorar, quando tive vontade de chorar. Vontade de te esmurrar, te dizer que você é uma idiota, uma babaca, uma cretina, uma fraca, nunca passou disso. Nunca uma piada sua foi engraçada, nunca você me surpreendeu. Nunca. Mas eu não consigo deixar de pensar em você, a cada dia, a cada ato meu. E quando eu procuro outras pessoas, eu procuro imaginando você me vendo. E tendo ódio de mim. Porque eu quero que sinta ódio. Porque ódio significa alguma coisa, e é melhor que indiferença. Você que já foi tudo, já foi minha esperança, foi meu futuro imaginado, hoje não é nada. Não passa de uma foto numa rede social. Se eu vivo bem sem você, porque eu continuo te olhando? Porque eu sempre volto aqui? Porque eu ouço musicas que falam de tristeza? Por quê? Você não vale isso. Mas eu faço. Eu continuo fazendo. Como uma cerimônia de luto, eu sigo a risca. Mas acontece que você não morreu de verdade, do jeito que eu preferia que morresse. Você está ai viva, vivendo sua vida, fazendo suas coisas, feliz, tranquila, sem sentir minha falta, sem olhar minha foto em rede social. Porque eu não consigo? Porque você não podia ser alguém? Eu esperei muito de você? Não. Eu não esperei nada, eu entendi tudo, eu entendia o que ninguém entenderia. Eu respeitei. Eu fiz como você quis. Tudo. Eu me anulei. Eu deixei de me amar, pra todo meu amor ser só seu. Eu voltei atrás. Eu chorei, eu pedi desculpas, eu aguentei besteiras. Aguentei tudo. Ajuntando do chão, migalhas do seu carinho, migalhas do seu amor. Do seu jeito explosivo e calmo. Um dia me amando como se a terra fosse acabar depois da meia noite. No outro dia uma desconhecida me pedindo pra tratá-la como um qualquer, por favor. Você é minha personagem favorita. A dona de todos os meus textos, de todas as minhas histórias. E eu tenho que dizer isso agora, só pra uma foto numa rede social. Porque você morreu na minha vida. Você pediu demissão, seu cargo era o de presidente, era membro honorário do conselho, tinha tapete vermelho e eu me vestiria até de secretário se te agradasse. E você pediu demissão, sem aviso prévio nem nada. Me diz agora? Como viver bem? Como sobreviver, sem essa ponta de angustia? Eu sou feliz, cara. Eu sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais, quando penso em você. Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido. Eu sei que não dá. Eu nem quero que dê. Não quero mais. Mas não sei o que fazer com esse nó. Vai passar né? Eu sei. Com o tempo eu não vou mais olhar sua foto, nem sofrer, nem pensar o quanto é infeliz tudo o que aconteceu. Tomara que passe logo. Porque a vontade de te ressuscitar às vezes, me domina.
— Tati BernardiA sua foto  


“Você pode dizer adeus a sua família e a seus amigos e afastar-se milhas e milhas e, ao mesmo tempo, carregá-los em seu coração, em sua mente, em seu estômago, pois você não apenas vive no mundo, mas o mundo vive em você.”
— A Cabana

terça-feira, 10 de abril de 2012


“Você riu de mim enquanto eu chorava assistindo a alguma comédia romântica barata que havíamos alugado. Você me abraçou no meio da rua e deu a primeira desculpa esfarrapada que veio na sua mente, dizendo que não queria que a chuva molhasse minha roupa branca.  Eu fingi não ter escutado a nota de ciúme na tua voz. Você ficou mexendo no meu cabelo e deixou as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, sussurrou que não tinha problema, que eu não precisava ser forte o tempo todo. Você comprou meu sorvete favorito mesmo depois de eu reclamar trezentas vezes que estava gorda demais para ficar comendo sorvete. Você riu da minha tentativa desajeitada de disfarçar a insegurança e a vergonha, aquela risada calma e superior que você sempre teve. E eu me peguei negando e chutando para fora todos os sentimentos que estavam me envolvendo. Porque eu estava rindo também. Baixinho, com as bochechas coradas, eu ria da minha tentativa completamente frustrada de não me importar com você. E parte de mim rezava para que pelo menos um pouquinho desse fingimento fosse real, e eu não ligasse tanto assim para a sua presença. Mas eu ligava. Todas as noites eu implorava aos céus que fosse apenas isso. Você me prometeu que não era amor. E não é – até que a sua mão, devagar, pegou na minha e fez com que o mundo ficasse mais seguro. Não era nada, até que meu lado menininha deu um grito e disse que era tudo. É fácil sufocar uma criança, na maior parte do tempo. Mas tem momentos que a menininha grita e esperneia e eu simplesmente não sei como contê-la. Você jurou que não era amor. Mas esqueceu me explicar o que é. A minha garotinha interna exige explicações, evidências, provas e certezas. Ela não aceita um talvez como resposta. E, sendo sincera, eu também não. Meu lado mulher também não tem ideia do que fazer ao seu respeito. Suspiro, em vão, extraviando todos esses pensamentos de dentro de mim. Não funciona. Você passou o sábado à tarde me ensinando matemática, conversou comigo pelo telefone quando eu disse que não estava no clima para sair. Você xingou o meu ex-pior-erro-da-minha-vida e deu um jeito de que ele sumisse para sempre da minha vista. Você riu comigo quando uma das suas amiguinhas rasgou todo o vestido numa festa. Você nunca negou. Nunca confirmou nada. Sempre esteve em cima do muro, não caindo para um lado nem para o outro. Mas disse que não era amor. Disse que não era nada com que eu devesse me preocupar. Só faltou dizer onde é que eu enfio esse não-amor para que ele apenas suma. Eu não sei viver com dúvidas, garoto. E você é o meu grande ponto de interrogação.” Ana F 

[…]Entre quatro paredes, eu olho para os lados implorando por ajuda. As minhas costas sentem o frio do mármore, e de repente eu perco o chão. Eu continuo chamando por alguém, sem nem mesmo perceber. Eu grito cada vez mais alto, e a cada vez mais ninguém parece me escutar. Afinal, quem eu estou chamando? Em um último momento, meu cérebro parece voltar a funcionar, e eu escuto a minha própria voz chamando por você. Você, sempre você. O problema nada tem a ver contigo, mas tu serias a solução. E como se você pudesse me ouvir, eu começo a falar. Você já teve a impressão de que ninguém no mundo se preocupava com você? Você já sentiu como se fosse desaparecer? Tantas mil perguntas, e nenhuma resposta. A gritaria se transforma em um som tão baixo que eu mesma mal me escuto, como se você estivesse a minha frente, sussurro em seu ouvido: você sente a minha falta? […] Ana F


Um dia você conhecerá um cara que te chamará de linda. Primeiro de linda, depois de gostosa. Mas não é aquele cara que só chama de gostosa, tesuda e só quer trepar com você. Assim mesmo, trepar e tchau. Dá pra sacar quando um homem quer trepar e tchau. É fácil de detectar. Ok, se você quer trepar e tchau, então trepa e tchau. Eu estou falando de algo mais. Do que faz trepar e oi. Trepar e ficar. E ficar abraçado. E ficar conversando. E ficar sonhando junto. E ficar querendo ficar mais e mais (e trepar mais e mais?). Um cara que queira você como você é. Que você não precise impressionar. Que seja inteligente. Educado. Delicado. Na medida certa. Nem mais, nem menos. Que entenda seus momentos de fúria. Que ache você bonita mesmo descabelada. E suada. Que respeite seus momentos de raiva. Que saiba a hora exata de se abaixar para não ser atingido com algum objeto pontiagudo ou cortante. Que se importe com você. Que não goste de discutir, mas que escute todas as baboseiras malucas que você está a fim de falar. Que não seja chinelão demais, mas que não seja engomadinho demais. Que seja lindo. E cheiroso. E gostoso. Que fale de você para a mãe dele. Que diga que vai proteger você de animais selvagens como lagartixa, barata e sapos. Que não tenha medo de dizer que tem medo de algumas coisas. Que não fique dando uma de machão, ele pode ser fraco com você. Pode pedir ajuda pra você. Pode pedir conselhos pra você. E você dará com o maior prazer. Um dia você conhecerá um cara que fará você acreditar que vale a pena o esforço. Vale a pena alguma lágrima que cai. Vale a pena esperar por ele. Vale a pena sonhar, acordada ou não, com ele e com tudo que virá e com a forma que você quer que tudo seja. Aquele cara que conhece você. Que admira você. Que respeita você. Que tem intimidade com você. Liberdade. Que vai achar você linda mesmo que você não tenha passado um rímel sequer. Que você se sente à vontade pra andar na rua de qualquer jeito, nem que seja de calça jeans e havaianas e mesmo assim você estará a mulher mais maravilhosa do mundo. Que você não sinta vergonha de dizer “eu não sei”, pois ele vai te explicar o que você não sabe. Que ri dos seus risos. É solidário com seus receios. Que acha você idiota nos devaneios românticos. E que gosta da sua idiotice. E que gosta de você, mesmo você sendo uma grande chata de vez em quando. Que queira escutar as batidas que o seu coração dá. E queira andar com você de mãos dadas por aí… Pra qualquer lugar. E que, também, queira trepar muito com você.
— Clarissa Corrêa

Você nunca teve medo. Nem de me perder, nem de que eu seguisse em frente, de que eu enjoasse das tuas birras rotineiras e infantis. Você nunca arqueou a sobrancelha esquerda quando eu observava outro homem, como quando você fazia quando estava preocupado com alguma coisa pessoal. Você nunca sentiu ciúme dos meus amigos, nem de quando eu saía nas sextas-feiras sozinha. Você nunca beijou o meu pescoço e me apertou tão forte que poderia fazer com que as minhas costelas estralassem. Foi falta de cuidado, é isso? Você não se importava tanto quanto eu me importava contigo? Tanto faz. Não que agora já não faça diferença, mas é que… Já passou, não é? Nós não vamos voltar a ser como antes. E isso é exaustivo. Frustrante. Você não sabe mais nada sobre mim. Não sabe de como o meu gosto musical mudou, de que deixei minhas unhas crescerem; você não viu o meu novo corte de cabelo, meu novo sorriso, minhas novas roupas. Você não sabe de como minhas novas amizades te agradariam, da minha nova bebida favorita, ou dos filmes que eu passei a gostar. E o mais importante e relevante: Você não sabe do quanto eu ainda sinto a sua falta. De como eu não consigo mais preencher os meus buracos. De como as noites estão vazias, os dias longos. Do quanto eu me esforcei para me tornar uma pessoa melhor do que era antes, pra você perceber que melhor do que eu não se encontra em qualquer lugar por aí. Mas minhas tentativas sempre foram falhas quando se trata de você. Nada te toca fundo, nada te marca, nada te faz olhar pra trás. Nada é bom o suficiente para te prender. E esse foi o meu erro: pensar que eu poderia te fazer ficar. E foi tão inútil. Nós nunca daríamos certo, de qualquer outra forma. Você poderia ter me amado certo, ter arqueado a sobrancelha esquerda, me abraçado até que minhas costelas estralassem. Tanto faz, não daria. Eu não fui feita pra você. Eu erro, eu tropeço, eu tenho um sorriso torto. E você… é um pedaço do paraíso, droga. Você gosta de voar, e de alçar vôos altos, de nunca mais voltar. E eu sou a garota que é dona duma bagunça interna enlouquecedora. Eu impus obstáculos quando você procurava comodidade. Só não venha dizer que também não sentiu. Que não te fez falta o meu jeito atrapalhado, a minha risada que te fazia sorrir, a minha franja que nunca se ajeitou. Mas você está bem onde está, fazendo suas coisas, retomando a sua rotina, bem, pleno, sem sentir minha falta. Sem deitar na cama com os olhos fechados tentando memorizar os últimos detalhes que ficaram intactos de nós dois. Eu sei que não. Você não é um idiota como eu costumo ser. Taí, essa é a nossa diferença: Você consegue encerrar ciclos, enquanto eu me prendo neles. Tentando voltar praquilo que não deveria mais fazer diferença. Você não fica infeliz quando pensa em mim, e eu fico devastada quando lembro de você. Você não procura meu perfume em outras, dorme com outras, sorri, ri, segue em frente, me esquece… Você vive, eu sobrevivo.  Germana K. (icanbeyourcocaine)   

"Ele passa a mão no seu cabelo enquanto você chora, até mesmo quando o problema é ele. Fica repetindo coisas doces e amáveis o tempo todo. Você acredita porque a mentira é mais suave do que a verdade. Acredita porque essa doçura é rara demais para ser desperdiçada. Você diz que o quer para sempre, mas ele já está pensando em qual vai ser a da próxima semana. A próxima garota que será apenas a próxima que irá sofrer porque, no final, ele vai acabar voltando para você. Todo domingo ele vai lhe ligar com a voz embriagada de quem acabou de acordar às três da tarde – há essa hora, você já vai ter feito mais do que ele fez o mês todo. E vai começar a falar sobre como se arrepende por ter feito de novo aquilo que jurou que jamais faria. Vai pedir para voltar porque no final do dia nenhum cabelo tem o cheiro melhor que o seu. E vai reclamar que essas garotas de hoje em dia não gostam de pegar na mão em público. Mas você gosta. E é por isso que ele gosta de você.Porque ele também faz parte dessa geração-vergonha que não curte pegar na mão durante o cinema, que vai logo para os amassos e o qual-seu-telefone-para-que-eu-nunca-ligue-por-engano. Mas você, não. Você pega na mão durante o filme, a praça, o jantar, o café-da-manhã… Você ama pegar na mão e olhar nos olhos. E ficar horas olhando nos olhos para ver se consegue tirar mais um pouquinho da alma dele. Se consegue desvendar mais um pedacinho desse enigma. E, assim que percebe que está conseguindo, ele vai embora outra vez. Porque nada o apavora mais do que alguém com a capacidade de decifrar seus medos. E você sabe. Você sabe como ele odeia escuro e tem pavor da solidão. Sabe como ele grita para calar o barulho mental que ele possui. Sabe como ele odeia partir tanto quanto você odeia vê-lo ir. Sabe, mas não entende. E por isso jura que não vai atender a ligação no domingo, mesmo sabendo (e não entendendo o porquê) que você vai sorrir quando o nome dele aparecer na tela. É frustrante. Você tem doutorado em defesa pessoal, é PhD em não se deixar abalar por nada. E se derrete toda vez que ele diz seu nome.Por quê? Porque o amor é assim. Ele é fanático por Beatles e você só conhece o refrão de Hey Jude. Ele aprendeu a tocar violão durante um verão tedioso, e você faz piano há sete anos sem aprender nada. Você sabe de cor a ordem de todos os acontecimentos de Harry Potter enquanto ele ainda não terminou de ler o Pequeno Príncipe. Tem tudo para dar errado. Mas, ainda assim, o som da voz dele continua lhe acalmando. Por quê? Porque o beijo dele ainda é mais viciante que qualquer livro que você já tenha lido. Porque os braços dele ainda são o melhor esconderijo do mundo. Vocês não têm nada em comum.Você fala francês e ele palavrão. Ele anda de skate e você ainda não tirou as rodinhas da bicicleta. Não pode ser amor, certo? Errado. Não deveria ser. Mas isso não impede nada. Não enquanto ele continuar ligando todos os domingos para dizer que sente a sua falta."  - Ana F (Salt-Waterroom)

"Eu me declarei pra você milhares de vezes. Quando eu ri daquela sua piada idiota que não teve a menor graça e quando dei risada das piadas de mau gosto que você fez sobre mim. Lembra? Eu deixei você me zoar porque você achava muita graça naquilo, e se te faz feliz… Bom, me faz feliz. Quando eu deixei os outros um pouquinho de lado pra dar toda a atenção pra você. Quando eu ouvi as músicas que você me mandou, mesmo elas não sendo do meu gosto.Lembra… Quando eu tratava todo mundo mal, mas era super gentil com você? Então. Isso também foi uma declaração, mesmo que silenciosa. Quando eu aguentei suas grosserias todas porque você teve um dia ruim. E também quando eu deixei você descontar todas as suas frustrações em mim, mesmo eu não tendo nada a ver. Quando eu te fiz sorrir quando tu chorava por outra pessoa. Quando eu te defendi do mundo mesmo você estando completamente errada. Quando eu deixei de ficar irritado só porque você tava mal e precisando de alguém. Eu me declarei pra você tantas vezes, da minha maneira… Só você que não viu."  - Vinícius KretekVK